Pitágoras

02-06-2012 23:18

“A caminho de Siracusa, Pitágoras disse aos seus netos: o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos!” Eis o teorema de Pitágoras… todos o conhecemos. Mas quem foi Pitágoras?

Um grego - o nome não engana ninguém. Um matemático - óbvio, caso contrário não faria teoremas. Um génio - claro, senão quem se preocuparia com ele e seus teoremas 25 séculos após sua morte? Um astrónomo - bem, vá lá, astronomia e matemática sempre andaram juntas. Mas Pitágoras foi mais que isso: conhecia também música, moral, filosofia, geografia e medicina.
Pitágoras viveu há 2500 anos e não deixou obras escritas. O que se sabe de sua biografia e de suas ideias é uma mistura de lenda e história real. A lenda começa antes mesmo de Pitágoras nascer: por volta de 580 a.C., a sacerdotisa do deus Apolo disse a um casal que vivia na ilha de Samos, no mar Egeu: "Tereis um filho de grande beleza e extraordinária inteligência; será um dos homens mais sábios de todos os tempos." No mesmo ano, o casal teve um filho. Era Pitágoras.
Lenda ou não lenda, a inteligência do jovem Pitágoras assombrava os doutos das melhores escolas de Samos: não conseguiam responder as perguntas do rapaz de 16 anos. Assim, só havia uma coisa a fazer: despachá-lo para Mileto, para que estudasse com Tales - o maior sábio da época, provavelmente o primeiro grego a dedicar-se cientificamente aos números.
Adulto, Pitágoras resolveu ampliar seus interesses. E começou a somar, além dos números, ideias sobre a ciência e a religião de outros povos. Acreditando que era preciso ver para crer, fez as malas e viajou: foi à Síria, depois à Arábia à Pérsia, à Índia e, como última escala, ao Egipto, onde passou mais de 20 anos e se fez até sacerdote para melhor conhecer os mistérios da religião egípcia. Muito tempo tinha passado e Pitágoras já dobrava a curva dos 50. O seu desejo era voltar a Samos e abrir uma escola. Mas Samos tinha mudado e o ditador Polícrates, que governava a ilha, não queria saber nem de escolas nem de templos. Pitágoras seguiu adiante, a Crotona, no sul da Itália, onde as melhores famílias da cidade lhe confiaram prazerosamente a educação de seus filhos. E Pitágoras pode, por fim, fundar sua escola, onde passou a ensinar aritmética, geometria, música e astronomia. E, permeando essas disciplinas, aulas de religião e moral.
Mais que uma escola, Pitágoras conseguira criar uma comunidade religiosa, filosófica e política. Os alunos que formava saíam para ocupar altos cargos do governo local; cientes de sua sabedoria torciam o nariz antes as massas ignorantes e apoiavam o partido aristocrático. Resultado: as massas retrucaram pela violência e - segundo dizem uns - incendiaram a escola, prenderam o professor e mataram-no. Outros são mais optimistas: contam que Pitágoras foi só exilado para Metaponto, mais ao norte, na Lucânia, onde morreu, esquecido mas em paz, com mais de 80 anos de idade.